Inspire-se!

Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente, você estará fazendo o impossível.

São Francisco de Assis

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Quebrei meu orgulho









E atirei meu orgulho pela janela.
Os estilhaços pelo chão se espalharam,
Cem, mil, talvez milhões de pedaços.
Como um vidro atirado à sorte
Despedaçado, partido, quebrado.

Mas mesmo que eu deva abrir mão dele
Preciso de um pouco de sua essência.
Um pouco de orgulho faz bem.
Saltei a janela em busca dos estilhaços do meu orgulho,
Preciso reconstituí-lo, juntar seus pedaços.

Eu precisarei dele para o dia que eu me vir sem você.
Ele será meu escape, o meio de não sofrer em demasia.
Mas espero não precisar usá-lo.
Espero não me ver sem você.
E caminho com os pedaços de orgulho unidos novamente,
Mas querendo atirá-los contra a parede.

E corro em volta da fonte dos meus medos,
Alargo os passos e nesse correr encontro você.
Qual força entrelaçada as fibras dos meus músculos,
Meu amor começa a expandir meus lábios
Em um simples e singelo sorriso.
Ou talvez em um arrogante e orgulhoso sorriso.
Só sei que por você eu despedaço meu orgulho.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

As vozes da minha sabedoria





Bato a porta,
Fecho minha saída,
Fria, insípida, trepida.
Acho que devo ficar.

Abro a janela,
Revelo minha passagem,
Límpida, resplandecida, convidativa.
Acho que devo sair.

Não acho mais nada.

Onde pus meu rumo?
Embaixo do tapete?
Sobre a estante?
Ah! Longe daqui.

Aqui? Ali? Dizem-me as vozes:
Procure no seu olhar.
E onde ele está?
Aqui. Ali. Em qualquer lugar.

Basta apenas procurar.

Procuro e encontro,
Perco e reencontro.
As vozes me revelam:
Olhe no espelho.

As vozes, o que são elas?
Minha loucura, minha sanidade?
Nada disso. Elas são resquícios de sabedoria.
As vozes me devolvem os pensamentos,
Minha sabedoria, meu movimento.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Impulso





Eu não sei parar de olhar para você,
Mudar a direção dos meus olhos,
Desviá-los, dirigi-los para outro rumo.
Num impulso devasto
Derrubei a cadeira,
Atirei meu livro preferido no chão,
Tudo porque por um instante
Não pude fitar a cor dos teus olhos.
Tudo porque não os vi.

E eu não posso, nem quero
Esquecer a canção, apagar da minha mente
A sonoridade da sua voz,
A forma como você sorri.
A pureza e o encanto do seu sorriso ―
Você é apaixonante.

Traiçoeiro pensamento
Sim, traiçoeiro
Pois me vi dependente de você
E agora não sei perder.
Não vá! Tenho algo a lhe contar
E não posso perder o momento.
É chegada à hora, o ponteiro avisou.
E se não quiser ouvir o que tenho para falar 
Cale-me com um beijo.

Meu mais belo sorriso




Hoje, ao acordar, vesti meu mais belo sorriso, abri a janela e deixei que a esperança circulasse ao meu redor, deixei que o oxigênio me inebriasse e enchesse meus pulmões, e que meus olhos refletissem meu estado de espírito.
Mas novamente fechei os olhos, partindo de pressupostos escondidos em minha mente reli meus anseios e minhas esperanças em busca da melhor maneira de sair em meio à pura brisa que enlaçava meus sonhos. Ao fechar os olhos me abateram as mais intrépidas lembranças dos momentos de alegria vividos e sonhados nas frestas das janelas da minha memória.
            Mas algo me arrebatou o sorriso, percebi que o tempo passado não volta, como vi, ele é passado, finito, dissipado. Não poderá ser revivido, a não ser nos becos da memória, nas entrelinhas escritas na minha mente. Isso remete ao velho ditado: viva a vida, viva o presente, porque o passado se foi e o futuro ao incerto pertence e só Deus pode vê-lo e prevê-lo.
            Entretanto, o meu sorriso é algo que o passado não pode apagar. Minha felicidade ainda chegará. Então, porque me despir do meu mais belo sorriso? E o visto novamente com a esperança de nunca mais ter que ficar sem ele.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Apenas seu sim



Você se calou de repente,
Não ouvi mais nenhum sopro de sua boca,
Nenhum sussurro de seus lábios.
Vi-me em um vazio impensável,
Que eu nunca desejaria para ninguém
Nem mesmo para aquele que teria a coragem
De deferir uma lança contra meu peito.

Procurei no vento sua voz e nada ouvi,
Procurei na água seu toque e nada percebi,
Procurei no espelho seu reflexo e nada vi,
Procurei nas flores seu cheiro e nada senti.
Achei, então, que procurei errado e refiz minhas buscas.

Procurei no vento seu cheiro e nada senti,
Procurei na água seu reflexo e nada vi,
Procurei no espelho seu toque e nada percebi,
Procurei nas flores sua voz e, novamente, nada.

E em minha procura escassa,
Sem dar em nada, caindo, reagindo,
Entregando-me, suando, sangrando,
Não havia percebido você em outro olhar,
Em outro sorriso.
Novamente, pouco a pouco, começo a te ouvir
E eu novamente a sorrir como se tudo dependesse de você,
De apenas você dizer sim.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Devolva-me o sorriso




            Rasguei meu ego, me despi do meu orgulho e sorri novamente para você. Joguei fora meus sentimentos feridos, e atirei do alto da mais impetuosa colina tudo o que eu tinha de ruim dentro de mim.
            Olhei nos seus olhos e deferi palavras amorosas, de carinho, de admiração, apesar de tudo o que aconteceu, apesar de tudo que se perdeu. Odiei meu ódio, me olhei no espelho e vi que nada disso foi em vão.
            Apesar das marcas invisíveis, das dores silenciosas, do risco de me atirar em um abismo sem volta, eu lancei meu orgulho na imensidão do mar e dei lugar ao perdão e a um sentimento curado, aparentemente curado, mas que espero profundamente que se cure perfeitamente e sem revolta ou reviravolta devolva-me o sorriso.

Meu sonho de papel





Fitei o céu, revelei seu véu
E em um barco de papel naveguei.
O mar parecia dormir, o vento parecia cantar,
Meus sonhos pareciam sair e em uma realidade mergulhar.
Meu peito parecia sorrir e meu barco a navegar,
Burlando as ondas que começavam a acordar.

Fitei o céu, rasguei seu véu
E em um avião de papel voei.
O céu pintava de azul meu olhar,
As nuvens com a brisa pareciam dançar
Pássaros venciam a gravidade em um mágico voar
E eu pairando na brisa, voando sobre o mar.

Fitei o céu, desobstrui seu véu.
E um pássaro de papel eu vi.
E o ouvi cantar.
Seu canto perfeito a me hipnotizar.
Uma melodia que me fazia sonhar
E viajar por sentimentos fora do lugar.

Fitei o céu, rompi seu véu
E uma flor de papel eu colhi.
Vermelha, reluzia em meu olhar.
Uma lágrima eu permiti rolar,
Não por tristeza, mas por eu vivo estar.
E a bela flor eu resolvi te dar.

Fitei o céu, revelei seu véu
E em um barco de papel naveguei... Pela imensidão do mar dos meus sonhos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Na Minha Estante



Olho e toco.
Penso, repenso,
Ativo o olhar,
Percebo que ainda está lá.

Sorrio, choro, começo a cantar.
Lembro, relembro
E o coração triste a pulsar.
Percebo que ainda está lá.

Falo mal, elogio, falo sem pensar.
Uma lágrima rola,
Um beijo sussurra uma voz a me lembrar.
Percebo que ainda está lá.

Percebo que aqui você não está,
Mas seu retrato na estante sim.
Sei que um dia vai passar
Mas está difícil para mim.

Ao olhar para a estante e nesse instante
Lembrar-me que aqui pode não está
Mas vejo que a foto ainda me faz pensar.
Percebo que ainda está lá.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Egoísmo

           


            Deixa-me ser egoísta e tirar suas dores e tomá-las para mim? Abraçar-te bem forte e arrancá-las do seu peito e levá-las embora comigo? Sei que isso é egoísmo meu, que cada um tem que aprender a lidar com suas dores, com seus medos. Mas saibas que guardo esse egoísmo só para você. É você que eu não quero ver triste, é você que não quero ver sofrer. É você que eu amo.

           Encontrei dento de uma das gavetas do meu passado o motivo pelo qual você me deixa tão egoísta. Foi a forma como você me cativou como você me mostrou o que era perder a noção do tempo e olhar o mundo de uma forma ímpar, diferente de tudo que eu já vi, e sentir algo que antes não havia sentido. E foi a forma como você me tratou diferente de tudo e de todos. Daí é que advém todo meu egoísmo, não quero perder tudo isso e não quero perder seu sorriso. Por isso me abraça e deixa-me tomar suas dores.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Chuva




            O ar se torna mais úmido, uma brisa leve passa a balançar as folhas pigmentadas de verde. O sol se esconde, não sei se por medo ou respeito, talvez seja por obrigação.  A terra começa a exalar um aroma abafado e por muitas vezes carregado, impregnado de uma temperatura elevada. A primeira gota se arrisca a desbravar o espaço entre as nuvens e a terra, e cai, sem medo do fim. E ao atingir o solo mergulha em meio aos grãos de areia seca. Aos poucos ela é acompanhada por milhares, milhões ou quem sabe o triplo disso tudo, de pequenas gotas límpidas, reluzentes, transparentes, gotas do líquido vital.
            O batalhão agora foi formado, a terra agora se afoga. Clarões, trovões, brisa, vento, ventania. Tudo que marca e embarca nesse milagre que gera vida, frio, nascentes, rios. E que quando feroz pode gerar medo, lágrimas e calafrios.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Antes que me leve a brisa





Estive vagando em meus pensamentos mais surrealistas e queria uma resposta, mas como sei que as respostas não vêm quando as quero, apenas espero. E sigo meus dias como quem se esqueceu dos problemas, como uma criança, tentando achar o lado bom e bonito de todas as coisas, pois ele existe. Sim! Ele existe. Pode parecer que muitas coisas só possuam o lado farpado, mas poderia ser pior. Então tem um lado bom.
Por isso, vou indo na velocidade de um pombo correio, mas sem saber ao certo minha rota, meu destino, minha impetuosa e volátil trilha. Mas as horas circulam nos ponteiros do relógio e de volta batem as perguntas que me fazem baixar a visão e respirar fundo para não desaguar em pranto. O que me golpeia é querer saber quando serei feliz por completo, quando a última peça do quebra-cabeça será posta no lugar. Certamente sei que aqui não somos felizes por completo e o que importa não é buscar a felicidade e sim viver os momentos felizes, retirar o máximo de proveito deles. Talvez seja essa a felicidade. Ou talvez não. Talvez eu ainda a encontre debaixo dos escombros da vida ou no infinito dos meus sonhos, ou ainda na imensidão dos sentimentos, quem sabe.
Eu queria saber... Mas isso é muito para mim, é algo além dos meus “poderes” humanos. Além da minha capacidade. Se as respostas viessem ao meu encontro creio que a monotonia chegaria junto a elas. Eu deixaria de me arriscar por terras estranhas e por mares de descobertas. Além de buscar me resta esperar. E espero que o tempo espere que eu entenda antes que me leve a brisa.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Antítese







Meu veneno e meu remédio
Minha dor e meu alivio
Minha droga ilusória e real
É Você.

Meu sonho e minha realidade
Minha perdição e meu encontro
Minha paz e meu conflito
É você.

Meu abismo e minha colina
Meu passado e meu futuro
Meu alimento e minha fome
É você.

Minha sombra e minha luz
Minha chuva e meu sol
Minha terra e meu mar
É você.

Minha condição e contradição é você. Só você.

Cativa-me




           Cativa-me e me faz esquecer tudo aquilo que outrora me fez sofrer demasiadamente. Cativa-me e conjugue comigo o verbo mais sublime, aquele que só os anjos sabem conjugar. Cativa-me como a flor cativa o beija-flor, como a lua cativa o mar. Ligeiramente me faça enxergar, constantemente me faça gelar e me cative numa sela sem grades visíveis, sem dores físicas, sem sombras de passados enterrados e esquecidos.
          Apenas me cative da maneira que só uma criança sabe cativar, e de uma forma que só você sabe fazer, porque esse dom é algo seu, que ninguém em momento algum soube imitar. Essa marca, essa sina me persegue, só você toca nos meus pontos fracos, quebrando as algemas de um coração que nunca soube como amar, mas que com sua presença única me mostrou que as pequenas e delicadas coisas, os pequenos, mais inesperados e simples gestos são as maiores armas para me fazer refém e ficar a mercê do seu sorriso.
         Apenas me cative e após isso, regue-me, cultive-me.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Palavras&Rótulos




O rotulamento alheio, que geralmente não fica às escuras da realidade, viola nas pessoas uma visão não verdadeira. Abrangência de opiniões, cascata de rótulos, maremoto de fofocas. A sociedade fica impregnada de atitudes e falsas notícias onde tudo é levado por aparências e mal-entendidos.
Antes de querer mudar o mundo tenho que recobrar minha essência e mudar a mim. Distante do que sou está o que os outros acham que eu sou. E a trilha seguida brinda de euforia às conclusões tiradas por mim diante do que pensam ao meu respeito. Antes do que pensam de mim eu sou o que eu sei que sou. Opiniões todos têm.  
           Temperança, bondade, amplitude de harmonia, inquietude de vontade de fazer o que é certo. Aspirar sonhos realizáveis, sonhos esses que lhe farão feliz. Insistentemente busque aquilo que agrada o Altíssimo, claro que nada nessa vida é fácil, temos as quedas, as barreiras, as forças negativas que farão você se desprender da essência, de tudo aquilo que faz você ser você, já que tudo que te desvia do caminho do bem são coisas que o impedem do seu eu verdadeiro.

Uma dor maior


Preponderante dor...
Vingativa dor...
Efêmera dor...
Angustiante dor...
Abalável dor...
O que a distingue das demais dores?
O fato de ser uma dor silenciosa, íntima?
Ou o fato de ser uma dor inevitável, submergível?
Dor que nasce no coração de quem perde outro coração, que revira os sentidos, marca e dilacera o peito, mas que como o vento se perde. 
E o ser renasce como uma fênix depois do fogo abrasador.

Nasce um sorriso


O limiar dos sonhos desvenda no oculto os desejos contidos nos escombros do passado.
Rasgam-se as máscaras da alma e revela-se a verdade.
Difundem mistérios e encarnam vaidades, belezas almejadas.
Na curva do pensamento brota a figura do perpetuo alvorecer que faz nascer a marca do sorriso.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Puro Reflexo



            Alegria imensa exalada pelos poros da pele que se deleita em perfumes campestres, aroma de misturas incomuns, vertentes, meios de mostrar como ser livre e diferente do código lançado ao acaso por cada caso.
             Estourando o champagne do brinde eufórico. Sentimento solto, relaxado, mas vivo. Alegria por me sentir capaz de fazer aquilo que o coração pedir, sem medo de sofrer, só pensando em viver de uma forma mágica como a luz azul que desce da imensidão do oásis celeste. Daquele reflexo azul, reflexo do mar, reflexo do amor, reflexo do olhar de quem nunca desistiu de amar.
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Plágio é crime!