Inspire-se!
Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente, você estará fazendo o impossível.
São Francisco de Assis
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Pare!
Não venha até mim
Com seus lábios
manchados
Do vermelho encarnado
Do batom das suas
vaidosas mentiras.
Eu não vou
De maneira nenhuma
Lambuzar-me no batom
desses teus lábios.
Olhe!
Minhas asas abertas
para o vento.
Durante todo inverno
Estarei migrando para
o calor de outros braços
Onde meu peito
descongele
Aqueça e esqueça
Do vermelho encarnado
dos teus lábios
Da frigidez atroz dos
teus olhos
Do cruel cheiro da
tua pele.
Pare e olhe...
Enquanto alço voos
distantes
Enquanto mergulho em
outro mar
Mar de amor
Mar azul
Mar de amar
Migrando para outros
lábios
Outros olhos
Noutra pele.
Então você tenta
Destranca a porta e
Convida à sua vida.
Oferece uma água
Um café
Um cafuné.
Refaz planos, enganos
Não tranca a porta
Pois carcereiro não és.
Mas pássaro livre voa
Voa pra longe se não for cativo
Pra longe se não fores tu abrigo
Da chuva invernal
Da brisa gélida do outono
Da dança solar
Da disputa primaveril.
Então você tranca a porta
Mais uma vez
Mais duas ou até três
Eis que batem à porta
“Doces ou travessuras”
Venha travesso
Venha doce
Venha meio amargo
Só não venha azedo.
Ah! Doce cheiro da manhã
Puxe uma cadeira
Sente-se
Aceita um café?
Destas cicatrizes
profundas
Marcas do passado
arredio
Querias esquecer
Tolice vã e ferina.
A abstrair-se das
loucuras explícitas
Da morte, da vida, da
viva morte
Que encurta a já tão
curta jornada
Pura tortura dos que
não sabem
Ser loucos na sanidade.
Um breve toque e se
contrai
Não são cicatrizes
É uma pena ainda
serem feridas latentes
Que sangram ao menor
toque.
Essas marcas do
passado
Que no presente
De grego por certo
Segregam dor e alívio
Feridas de morte, de
mente
De carinho, de amante
Feridas distantes
perseguindo o momento
Marcadas a ferro, a
fogo, a jogo
Destas cicatrizes
profundas
Marcas do passado
arredio
Tu me resgatas e me
afundas.
Tolice vã e ferina.
ANDRADE, Uanderson. Latomia. 2016.
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