Você se calou de repente,
Não ouvi mais nenhum sopro de sua boca,
Nenhum sussurro de seus lábios.
Vi-me em um vazio impensável,
Que eu nunca desejaria para ninguém
Nem mesmo para aquele que teria a coragem
De deferir uma lança contra meu peito.
Procurei no vento sua voz e nada ouvi,
Procurei na água seu toque e nada percebi,
Procurei no espelho seu reflexo e nada vi,
Procurei nas flores seu cheiro e nada senti.
Achei, então, que procurei errado e refiz minhas buscas.
Procurei no vento seu cheiro e nada senti,
Procurei na água seu reflexo e nada vi,
Procurei no espelho seu toque e nada percebi,
Procurei nas flores sua voz e, novamente, nada.
E em minha procura escassa,
Sem dar em nada, caindo, reagindo,
Entregando-me, suando, sangrando,
Não havia percebido você em outro olhar,
Em outro sorriso.
Novamente, pouco a pouco, começo a te ouvir
E eu novamente a sorrir como se tudo dependesse de você,
De apenas você dizer sim.
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