Ela segura seu cetro gélido.
A dama alva de face ríspida lança seu olhar.
Tento me proteger, mas é inevitável.
Seu olhar é penetrante como uma lança.
A dama de gelo sabe meus pontos fracos.
Não só os meus, mas os de todos.
Seu cetro apontado em minha direção
Atiça meus pensamentos
E minhas lembranças me tornam vulneráveis.
Eu fecho meus olhos e inspiro o ar
Até o limite dos meus pulmões.
Tento me fortalecer e lembrar que isso logo passará.
Que logo a dama gélida, a qual nós chamamos saudade,
Afastar-se-á de mim.
Do outro lado vejo outra dama
Vestida de verde, face pura.
Com o poder de acalmar e afastar a Saudade.
A esta nós chamamos Esperança.
É ela que nos fortalece.
Ao lado dela rabisco meu caderno.
Viro poeta. Passo a esculpir obras feitas de palavras.
Para desprender meu peito,
Para fazer escorrer pelas letras
Os sintomas que o sopro gelado da Saudade causa.
E o tempo passa...
E se aproxima o tão esperado momento de entrelaçar os dedos.
De segurar firmemente a mão da Esperança.
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