O hálito quente da
minha boca embaça as vidraças da janela.
Minha mão desliza na superfície
fria
E eu olho para a
chuva lá fora.
Queria estar lá,
correndo.
Sorrindo.
Sorrindo.
Eu começo a balbuciar
E logo sussurro baixinho
algumas palavras.
Passo, então, a
cantar suavemente uma música.
É aquela velha musica
que embalou nossas trocas de olhares.
Nesse instante um nó
se forma em minha garganta.
Um vazio no peito e
uma vontade de chorar.
Uma lágrima.
Uma lágrima
Foi tudo que permiti
deixar rolar.
Acho que não deveria
ter cantando aquela música.
Mas a chuva parecia
tão inspiradora, viva e inquieta.
E eu me entreguei
tanto às lembranças que uma vidraça embaçada na janela
Que não foi capaz de
separar a chuva lá fora da chuva que se formava no meu peito.
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